quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

O Ano Liturgico

Por: Dom Orani João Tempesta
Iniciamos na Igreja o novo ano litúrgico com o tempo do Advento. Somos convidados a caminhar durante um ano celebrando os Mistérios de nossa Fé e buscando viver a Palavra de Deus em nosso dia a dia.

Dentro da pedagogia da Igreja, que aos domingos aumentou as leituras bíblicas, sendo sempre três distribuídas ao longo de três de anos, estamos vivendo o assim chamado “ano B”, que tem como evangelista principal São Marcos.

Na maior parte do ano litúrgico seremos acompanhados na proclamação desse Evangelho que irá nos mostrar os caminhos do Senhor durante este ano. Quem participa das Missas aos domingos, ao final de três anos terá escutado quase toda a Bíblia proclamada, cantada e rezada na liturgia.

Mas junto com a abundância dos textos, a distribuição do ano litúrgico com seus sinais, cores, cantos e celebração dos principais mistérios de nossa fé nos ajudará a viver a “espiritualidade bíblico-litúrgica”, que é base de todas as demais, e nos alimenta em nossa caminhada.

Sim, junto com toda a Igreja a Eucaristia nos alimenta e é nossa vida! E, ao participar, experimentamos que Cristo nos acompanha e está ressuscitado em nossas comunidades que celebram a Sua presença e se tornam, por isso mesmo, testemunhas da Ressurreição.

Infelizmente os tempos atuais têm levado as pessoas a perderem o carinho e a motivação para celebrar semanalmente o “Dia do Senhor”. Sabemos que a Igreja nos recomenda participar da Sagrada Eucaristia, a Missa, também durante a semana, mas sabe que pelo menos ao domingos não se pode deixar de participar, pois é um bem para cada cristão e para as comunidades.

Quando não se guarda mais o Domingo e se deixa de participar do Sacrifício Eucarístico, acabamos perdendo o caminho de nosso alimento e de nossa espiritualidade. Pouco a pouco iremos “esfriando” a nossa vida cristã, e com os ataques da cultura atual podemos sucumbir nesse deserto da vida sem o alimento que nos restaura semanalmente.

A base de toda espiritualidade, assim como de nossa retidão de doutrina, é a boa participação dominical, quando a Missa é celebrada de acordo com as instruções da Igreja e cria no coração de cada membro do povo de Deus o Amor e entusiasmo que deve nos conduzir como discípulos-missionários, vivendo permanentemente em estado de Missão.

Como mãe preocupada com a Saúde Espiritual de seus filhos, a Igreja chamará sempre a nossa atenção para essa caminhada que iniciamos neste final de semana com o novo ano litúrgico. Começamos com a expectativa e preparação da “vinda do Senhor” na história!

Ele já veio quando nasceu em Belém de Judá e Ele virá no final dos tempos para julgar os vivos e os mortos, e entre essas duas vindas, Ele vem a cada um de nós que O acolhe e aceita a Sua presença que transforma nossas vidas e entusiasma nossos corações.

No Advento contemplamos essas “vindas” de Jesus, mesmo sabendo que Ele, hoje, está vivo, ressuscitado e nos precede no seio do Pai, onde foi nos preparar um lugar. Por isso mesmo, uma das atitudes esperadas neste tempo é uma boa celebração penitencial ou confissão que nos coloque de coração aberto para ser o “presépio” que acolhe o Senhor da Vida.

Eis, portando, que se abre o ano litúrgico! E o convite da Igreja é para que aproveitemos cada instante para participarmos de todos os atos litúrgicos, da celebração dos sacramentos e em especial da Missa. Nela temos sempre a atualização do tríduo pascal: a Ceia da quinta-feira santa, o sacrifício da cruz da sexta-feira santa, e a ressurreição do sábado santo. A palavra proclamada nos atualizará as orientações do Senhor, e a liturgia, com suas características próprias de cada tempo, nos conduzirá na espiritualidade.

Vem, Senhor Jesus, é o grito do início ao ano litúrgico, refletindo a humanidade que esperava a vinda do Messias, e é também o final das Escrituras na expectativa d’Aquele que virá no final dos tempos. Vivamos com entusiasmo e piedade este tempo que, apesar de toda propaganda que praticamente desconhece o Advento e pela preocupação do consumo, já faz com que todo o apelo seja desde já o Natal. A coroa do Advento que nos acompanhará nos quatro domingos que antecedem o Natal e que abrem o ano litúrgico será um belo sinal em nossas Igrejas e também em nossas casas, pois nos ajuda a estarmos também nós na expectativa d’Aquele que “abriu os céus e desceu” para armar Sua tenda no meio de nós!

Santo Advento a todos!

Familia, lugar de Fé, Esperança e Caridade.

Por: DOM EURICO DOS SANTOS VELOSO
ARCEBISPO EMÉRITO DE JUIZ DE FORA, MG.
 
Em nossos dias, num mundo que se tornou estranho e até hostil à fé, as famílias cristãs são de importância primordial. O lar cristão é o lugar em que os filhos recebem o primeiro anúncio da fé. Por isso, o Concílio Vaticano II chama a família, usando uma antiga expressão, de “Igreja doméstica”. É no seio da família que os pais são para os filhos, pela palavra e pelo exemplo, os primeiros mestres da fé.

Sabemos que o lar é a primeira escola do mundo e da vida cristã. É uma escola de enriquecimento humano.

Segundo o Catecismo da Igreja Católica, “a família cristã é uma comunhão de pessoas, vestígio e imagem da comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. (cf. n. 2205).

Deus quis que a atividade educadora e criadora da família fosse o reflexo de da obra. O casal que constitui uma família está participando com o Pai na criação do mundo.

A família é a célula originária da vida social. É a sociedade natural na qual o homem e a mulher são chamados ao dom de si no amor e no dom da vida.

Podemos perceber, ao refletir sobre tudo isto, que a vivência do amor, da justiça, da solidariedade nasce na família para, depois, se expandir para toda uma sociedade.

Para seguir o projeto de Deus e, consequentemente, para vivermos a felicidade em plenitude, é preciso, aqui na terra, aqui neste mundo que tanto tenta destruir a família, é preciso que saibamos defendê-la, porque ela é o esteio da sociedade e é nela que podemos cultivar, desde a mais tenra infância, a fé, a esperança e a caridade

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